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Igrejas de Alfama

Igrejas de Alfama

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Descrição

Duração - 2 horas

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Dificuldade - Média

Passear por Alfama é conhecer o mais antigo e mais típico bairro de Lisboa. É lembrar o tempo em que a água, abundante no bairro, brotava de fontes e chafarizes. É percorrer becos, escadinhas, calçadas e ruas sinuosas onde viviam pescadores e mareantes. É lembrar os banhos públicos termais que deram o nome ao bairro já que o termo Alfama deriva de Al- Hamma, que em árabe significa fontes de águas termais ou quentes.

Chafariz D'el Rei Chafariz D'el Rei

Diz-se que é o chafariz mais antigo de Lisboa. Construído entre duas torres da antiga Cerca Moura, ostenta fachada em estilo neoclássico refeita no ano de 1864, quando o chafariz sofreu a última reforma. Os barcos vinham aqui fazer a aguada, ou seja, abastecerem-se da água para as longas viagens além-mar, como as da Carreira das Índias. Durante séculos, a água do chafariz tinha fama de curar problemas de digestão, fígado e catarro.

Palacete do Chafariz D'el-Rei / Palácio das Ratas Palacete do Chafariz D'el-Rei / Palácio das Ratas

Este original palacete de estilo eclético, construído no séc.XX, ocupa o lugar do antigo palácio do marquês de Angeja, que, adossado à antiga muralha moura, ruiu com o Terramoto de 1755. Hoje é um hotel com interiores em estilo arte nova, estuques neo-mouriscos e uma casa de fresco no pequeno jardim com vista para o Tejo.

Arcos da Travessa de São João da Praça Arcos da Travessa de São João da Praça

Estes arcos ou passadiços faziam a ligação entre os dois corpos do palácio do conde de Vila Flor, um localizado na Travessa de São João da Praça e o outro na Rua Cais de Santarém.

São João da Praça São João da Praça

Aqui existiu uma pequena ermida dedicada a São João Baptista, fundada pelo pai de Santo António, em acção de graças por ter sido inocentado de um crime punido com a morte, em virtude de um milagre operado pelo seu próprio filho; reformada no reinado de D. Dinis, foi destruída pelo Terramoto de 1755. A igreja actual data de 1789. No seu interior, merecem atenção a imaginária barroca dispersa pelos altares laterais, em especial a Virgem com o Menino, da autoria do famoso escultor Machado de Castro, e os altares de embrechados.

Pátio da Senhora de Murça Pátio da Senhora de Murça

São visíveis vestígios da antiga muralha tardo-romana, construída no séc. IV, e sucessivos reaproveitamentos realizados ao longo do tempos, como uma barbacã de séc. XIII. A sinalética aí colocada pela Câmara Municipal de Lisboa ajuda na identificação.

Torre de São Pedro / Torre de Alfama Torre de São Pedro / Torre de Alfama

Nesta torre, um antigo cubelo árabe, veio mais tarde entroncar a nova cerca defensiva de Lisboa, a Cerca Fernandina, construída entre 1373 e1375, por D. Fernando. No séc. XIV, a torre servia de prisão. O nome “São Pedro” evoca o orago da antiga igreja que aqui existia desde o séc. XII e que foi destruída pelo Terramoto de 1755.

Rua da Judiaria Rua da Judiaria

O nome lembra a Judiaria Pequena de Lisboa, ou de Alfama, como também era conhecida, que aqui existiu até 1492, data da sua extinção por ordem de D. Manuel I.

Largo de São Rafael Largo de São Rafael

À direita da fonte pública, o silhar com as chaves de São Pedro esculpidas lembra uma vez mais a desaparecida Igreja de São Pedro.

Postigo de São Pedro e Palácio Quinhentista Postigo de São Pedro e Palácio Quinhentista

Este postigo aberto num troço da muralha esteve entaipado durante séculos. Em finais do sé. XV, princípios do séc. XVI, foi aqui edificado um palácio, de que restam duas janelas manuelinas geminadas e cachorros a sustentar os balcões de uma varanda.

Largo das Alcaçarias Largo das Alcaçarias

O nome deriva do árabe e significa arruamento de lojas, mas também local onde se preparam curtumes. O termo foi também usado para designar estabelecimento de banhos termais. Dois bonitos painéis setecentistas decoram o largo. Era aqui, desde meados do séc. XIX, a célebre Fonte das Ratas, cuja água minero-medicinal tinha fama de milagrosa. A fonte foi fechada em 1963, dando origem a protestos da população.

São Miguel São Miguel

Neste local existia, desde o séc. XII, uma pequena igreja, que, por se encontrar muito danificada, foi reconstruída, em 1673, pela Irmandade do Santíssimo Sacramento. O interior, rico em talha dourada e coberto por tecto de brutescos, exibe telas atribuídas a Bento Coelho da Silveira (1617-1708), pintor régio de D. Pedro II. A imagem de São Miguel, à esquerda do altar-mor, acompanha todos os anos, no dia 13 de Junho, a procissão de Santo António pelas ruas de Alfama. Do lado esquerdo da fachada, dois bonitos registos de azulejo que representam Nossa Senhora do Rosário e as Alminhas.

Largo de São Miguel Largo de São Miguel

A casa de ressalto com cinco andares erótulas de madeira nas janelas, que faz gaveto para o Beco de São Miguel, é uma das poucas da Lisboa quinhentista.

Rua de São Pedro Rua de São Pedro

Antigas casas de ressalto n.os 6, 8 e 10. Casa n.os 16-18 com grossas colunas de estilo dórico a sustentar o andar superior.

Largo do Chafariz de Dentro Largo do Chafariz de Dentro

O chafariz domina o largo e deve o nome ao facto de ter sido construído dentro do perímetro da nova muralha da cidade, a fernandina. As suas origens parecem remontar ao período romano. À esquerda, uma lápide com o antigo brasão da cidade de Lisboa refere que o chafariz sofreu reparações no ano de 1622. As nascentes de água que por aqui existiam brotavam de falhas geológicas; algumas, a mais de 20 graus, foram aproveitadas para banhos públicos explorados por particulares.

Alcaçarias de Alfama Alcaçarias de Alfama

No n.º 8 do largo, ficavam os Banhos do Mosteiro de Alcobaça; e nos n.os 19 e 20, os do Doutor Fernando. Na Rua do Terreiro do Trigo, um pouco abaixo, nos n.os 52 a 60, funcionavam, desde 1716, as Alcaçarias do Duque (de Cadaval), abertas até 1978, e os banhos de D. Clara, nos n.os 62 a 68.

Museu do Fado Museu do Fado

O Museu do Fado, inaugurado em 1998, expõe um espólio variado e rico e merece uma visita para ficar a conhecer a história do fado, canção popular de Lisboa, elevada a património oral e imaterial da Humanidade pela UNESCO, em 2011.

Nossa Senhora dos Remédios Nossa Senhora dos Remédios

Edificada em 1517, esta era a ermida a que acorriam os pescadores de Alfama, que aí sediaram a sua Confraria, devendo-se a invocação mariana às propriedades milagrosas das águas de um poço onde havia sido encontrada uma imagem de Nossa Senhora e que ainda subsiste. Tendo sofrido graves danos com o terramoto de 1755, do templo original conserva-se o portal manuelino com um escudo onde figura a pomba do Espírito Santo, bem como os azulejos seiscentistas da sacristia. Atente-se ainda na imagem da padroeira, em madeira policromada, e no revestimento azulejar da igreja e da casa de despacho.

Calçadinha e Largo da Calçadinha de Santo Estêvão Calçadinha e Largo da Calçadinha de Santo Estêvão

Na Calçadinha de Santo Estêvão, do lado direito, no n.º 2, existe uma porta manuelina. No Largo da Calçadinha de Santo Estêvão, vai encontrar, no n.º 19, um Balneário Público.

Fontanário na Calçadinha de Santo Estêvão Fontanário na Calçadinha de Santo Estêvão

Todo revestido a azulejo, tem no tecto a pomba a evocar o Espírito Santo.

Santo Estêvão Santo Estêvão

A paróquia de Santo Estêvão é muito antiga, remontando a primitiva igreja ao séc. XII. A igreja sofreu modificações no séc. XVI e foi reconstruída entre 1733 e 1740, quando se lhe conferiu um estilo barroco. O Terramoto de 1755 causou-lhe alguns estragos, pelo que só reabriu ao culto em 1773. De planta octogonal, traçada pelo arquitecto Manuel da Costa Negreiros, conserva no seu altar-mor uma composição escultórica de Cristo Crucificado, obra do escultor José de Almeida, que esteve provisoriamente na Basílica de Mafra.

Lápide na Rua do Salvador - entre os n.os 26 e 28 Lápide na Rua do Salvador - entre os n.os 26 e 28

É um dos primeiros sinais de trânsito da cidade de Lisboa, daí a sua curiosidade. O texto diz o seguinte: “ANNO DE 1686 SUA MAGESTADE ORDENA QUE OS COCHES SEGES E LITEIRAS QUE VIEREM DA PORTARIA DO SALVADOR RECUEM PARA A MESMA PARTE”. Quando nestas ruas estreitas duas viaturas se encontravam, inúmeros conflitos se levantavam por nenhuma das partes querer ceder a passagem. Casos houve até de mortes. O não cumprimento desta lei de D. Pedro II conduzia o infractor ao degredo para o Brasil durante cinco anos e ao pagamento de multas.

Rua de São Tomé - Tributo a Amália Rodrigues Rua de São Tomé - Tributo a Amália Rodrigues

Executado em calçada portuguesa por Alexandre Farto, mais conhecido por Vhils, o rosto da famosa Rainha do Fado, Amália Rodrigues (1920-1999), é uma obra de arte.

Largo das Portas do Sol Largo das Portas do Sol

A porta do sol era a porta da Cerca Moura voltada a nascente, donde lhe vem o nome. Do Largo das Portas do Sol tem-se uma das melhores vistas da cidade de Lisboa.

Estátua de São Vicente Estátua de São Vicente

O padroeiro de Lisboa marca presença no largo. São Vicente segura, numa mão, uma barca com dois corvos, que teriam acompanhado as relíquias do Santo na viagem entre Sagres e Lisboa, tornados símbolo da cidade de Lisboa, e, na outra, uma palma, símbolo do martírio.

Museu de Artes Decorativas Museu de Artes Decorativas

O museu encontra-se instalado no Palácio Azurara, encostado à Cerca Moura. Comprado pelo banqueiro Ricardo Espírito Santo Silva, o palácio foi totalmente recuperado para receber parte da sua colecção privada. Em 1953, nasce a Fundação Ricardo Espírito Santo Silva, com a determinação de divulgar o saber-fazer das artes e ofícios portugueses, assegurando assim a conservação e o restauro das artes decorativas em Portugal.

Rua Norberto de Araújo Rua Norberto de Araújo

O nome da rua homenageia um célebre jornalista e olisipógrafo, autor das Peregrinações em Lisboa, um dos primeiros roteiros turísticos, publicado em 1939. Sob o arco, à sua esquerda, encontra a história de Lisboa, desde o séc. V ao séc. XX, em banda desenhada.

Rua da Adiça Rua da Adiça

É um dos recantos mais típicos de Alfama. No n.º 33, uma lápide indica que as casas eram foreiras do Convento de São Pedro de Alcântara.

Escadinhas do Postigo do Marquês do Lavradio Escadinhas do Postigo do Marquês do Lavradio

Este postigo aberto na muralha no séc. XVIII dava serventia ao palácio do marquês do Lavradio.

Palácio Mascarenhas Palácio Mascarenhas

No séc. XVIII, o palácio pertencia a D. Francisco de Mascarenhas (1662-1685) filho segundo dos marqueses de Fronteira e 1.º conde de Coculim, localidade do Estado da Índia Portuguesa. O edifício, onde aínda se pode ver a pedra de armas da família Mascarenhas, ficou praticamente soterrado no Terramoto de 1755.

Prédio na Rua Cais de Santarém, n.º 10 Prédio na Rua Cais de Santarém, n.º 10

A inscrição colocada sobre a porta indica a casa onde nasceu e morreu o 1.º duque da Terceira, António José de Sousa Manuel de Meneses Severim de Noronha (1792-1860), 7.º conde e 1.º marquês de Vila Flor.

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